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    Supply chain transfronteiriço: os principais desafios da integração Brasil–Paraguai

    A relação entre Brasil e Paraguai deixou há muito tempo de se limitar ao comércio bilateral.

    Nos últimos anos, os dois países consolidaram uma integração econômica que se reflete na indústria, na logística e na estrutura produtiva regional.

    O Paraguai se tornou um dos destinos preferenciais para a internacionalização de empresas brasileiras, especialmente sob o regime de maquila, que permite a importação temporária de insumos e equipamentos com incentivos fiscais expressivos.

    Mas, se as oportunidades são evidentes, os desafios da integração logística e operacional ainda são significativos. Operar em um supply chain transfronteiriço exige uma combinação de planejamento, compliance e inteligência estratégica.

    Abaixo, analisamos os principais pontos de atenção que determinam o sucesso (ou o risco) de uma operação binacional.

    1. Infraestrutura e conectividade: o primeiro gargalo

    O corredor logístico Brasil–Paraguai concentra-se majoritariamente na região Sul, com destaque para os acessos rodoviários via Foz do Iguaçu e Ponta Porã.

    Embora a infraestrutura tenha evoluído nos últimos anos, ainda há limitações estruturais que impactam o custo logístico total, desde gargalos em estradas até a escassez de armazéns aduaneiros integrados e soluções multimodais.

    Além disso, a ausência de padronização de sistemas e dados entre os órgãos de controle de cada país (aduana, transporte e fiscalização) gera atrasos e retrabalhos que poderiam ser evitados com maior interoperabilidade.

    Essa é uma das razões pelas quais a integração logística Brasil–Paraguai precisa ser tratada não apenas como uma rota comercial, mas como um ecossistema de conectividade.

    A eficiência depende de um conjunto de fatores interligados: infraestrutura física, digitalização dos processos aduaneiros e acordos bilaterais que favoreçam o fluxo contínuo de mercadorias e informações.

    Empresas que atuam nesse corredor precisam investir em mapeamento de gargalos e modelagem de rotas dinâmicas, utilizando dados em tempo real para prever riscos e ajustar decisões operacionais antes que se tornem custos.

    2. A complexidade regulatória e o papel do compliance aduaneiro

    Outro desafio central está na assimetria regulatória.

    Enquanto o Brasil possui uma estrutura aduaneira consolidada, mas altamente burocrática, o Paraguai adota um modelo mais ágil, especialmente sob o regime de maquila, que concede incentivos para empresas estrangeiras que industrializam localmente para exportação.

    Essa diferença de maturidade regulatória cria zonas de atrito na execução prática da operação.

    Diferenças na classificação fiscal, nos requisitos documentais e nas interpretações normativas podem gerar inconsistências, atrasos e riscos fiscais.

    Nesse contexto, o compliance aduaneiro e tributário torna-se um ativo estratégico: mais do que evitar autuações, ele garante sincronia entre os processos operacionais e fiscais nos dois lados da fronteira.

    Empresas com alto nível de governança conseguem capturar benefícios do regime sem perder previsibilidade, especialmente quando apoiadas por consultorias logísticas integradas que entendem tanto o arcabouço legal quanto o desenho operacional.

    3. Sincronização entre supply chain e estratégia de negócio

    Em operações binacionais é parte integrante da estratégia.

    A forma como o supply chain é estruturado define custos, prazos e competitividade fiscal.

    Empresas brasileiras que buscam o Paraguai como extensão produtiva precisam desenvolver modelos de cadeia de suprimentos que contemplem planejamento tributário, controle de inventário e gestão de risco cambial.

    Essa sinergia exige visibilidade ponta a ponta: do fornecimento de insumos no Brasil à reexportação de produtos acabados pelo Paraguai.

    A integração tecnológica entre ERP, sistemas aduaneiros e plataformas logísticas é o elo que transforma o processo em inteligência.

    Quem enxerga a operação apenas sob o ângulo de “redução de custo” perde a oportunidade de usar o supply chain como vetor de estratégia corporativa.

    4. Capital humano e maturidade operacional

    A fronteira entre Brasil e Paraguai também desafia modelos tradicionais de gestão.

    A operação integrada exige profissionais capazes de transitar entre duas culturas de negócio, legislações e linguagens logísticas.

    Essa maturidade ainda é um gargalo, tanto do lado corporativo quanto nas equipes operacionais.

    Empresas de alta performance já investem em treinamento binacional, sistemas de governança compartilhada e KPIs integrados entre as filiais, garantindo que as decisões fluam com coerência estratégica, e não de forma isolada.

    5. O papel da inteligência logística na integração regional

    O futuro da logística entre Brasil e Paraguai depende menos da infraestrutura física e mais da capacidade de coordenação digital.

    A consolidação de operadores 5PL, o uso de plataformas integradas de visibilidade, a automação do controle de documentos e a previsão de demanda baseada em dados já começam a transformar o modo como o Mercosul opera.

    A Centaurea Professional Logistics está no centro desse movimento, atuando como conector entre a indústria, o comércio exterior e a inteligência logística aplicada.

    Nosso papel é garantir que a integração regional aconteça com eficiência, previsibilidade e segurança operacional, traduzindo complexidade em performance.

    O supply chain transfronteiriço Brasil–Paraguai é um terreno fértil para crescimento e inovação. Mas exige planejamento, tecnologia e inteligência regulatória em níveis que ultrapassam a logística tradicional.

    À medida que as cadeias produtivas se tornam mais integradas, as empresas que dominarem essa complexidade estarão um passo à frente na nova geografia do comércio exterior sul-americano.